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38+p++ e o novo decreto

Enviado: 26 Mai 2019, 08:35
por AgenteW
Com o advento do novo decreto a potência dos disparos de arma de fogo podem chegar até 1620 joules, antes era com 407. O calibre 38 +p+ que tem 6.3 grains de pólvora atinge entre 350 e 400 joules dependendo da arma, o calibre 357 magnum atinge mais de 700 joules com carga de 13 grains. Já é sabido que o estojo do 38 comporta sem excesso de pressão 10 grains de pólvora. Então poderão ser produzidas mais munições de 38 de fábrica com essa carga "quente"? Acho que os revólveres reforçados podem disparar essas possíveis novas munições.

Re: 38+p++ e o novo decreto

Enviado: 26 Mai 2019, 10:40
por Laercio
AgenteW escreveu:Com o advento do novo decreto a potência dos disparos de arma de fogo podem chegar até 1620 joules, antes era com 407. O calibre 38 +p+ que tem 6.3 grains de pólvora atinge entre 350 e 400 joules dependendo da arma, o calibre 357 magnum atinge mais de 700 joules com carga de 13 grains. Já é sabido que o estojo do 38 comporta sem excesso de pressão 10 grains de pólvora. Então poderão ser produzidas mais munições de 38 de fábrica com essa carga "quente"? Acho que os revólveres reforçados podem disparar essas possíveis novas munições.
Mas a arma também não é um limitante, mesmo sendo reforçado, usar munição muito "quente" não provocará desgastes prematuros e até quebra da arma que não foi preparada para usar esta munição de forma constante?

Se a pessoa quer mais "poder de fogo" por que não vai logo para uma arma que ofereça isso como padrão?

Re: 38+p++ e o novo decreto

Enviado: 26 Mai 2019, 10:58
por AgenteW
No meu caso já tenho um revólver 38 e gostaria de aproveitar a mesma arma com munição mais forte, que a antiga legislação não permitia. Uso hoje 38 +p 158 grains. Se a CBC fabricar munição "38 +p++" que atinja mais de 450 joules seria uma munição que provavelmente os revólveres reforçados aguentariam e teria a potência equivalente ao 9mm. O novo decreto não só mudou os calibres 9mm, .40 e 357 para uso permitido, como também deu margem a potencializar calibres já existentes. No caso da 380 não dá pra melhorar mais porque o estojo não tem tamanho suficiente pra aumentar a carga de pólvora, mas no 38 é possível.

Re: 38+p++ e o novo decreto

Enviado: 26 Mai 2019, 14:37
por moliternoga
A questão antes não era a legislação. A legislação tratava calibre permitido que a munição comum não tivesse mais de 407 joules. Nada impedia que tivesse munições no.calibre que fossem além disso. O fator que leva a maioria dos fabricantes a não exceder muito isso é que deixam as munições dentro dos limites de pressão da norma SAAMI. Imagina se a CBC vendesse por exemplo uma munição muito forte e que excedesse o limite de pressão da norma SAAMI e alguém vai lá e usa uma munição dessa em um revólver. 38spl antigo ou não tão reforçado, ia acabar em catástrofe e a marca poderá ser responsabilizada. Os fabricantes de armas fazem as armas baseados nos limites de pressão da norma SAAMI, geralmente tem uma tolerância aproximada de 20% acima da norma para o calibre, justamente por segurança. Desse modo, os fabricantes de munição também fazem as munições para não exceder os limites do calibre, assim, sempre tem uma pequena margem de segurança para o usuário. Lembrando que pressão não está diretamente ligado com energia/velocidade do projétil, mas tem relação. Da pra fazer munição quente sem exceder a pressão nominal do calibre porém geralmente usam pólvora específica, muitas vezes de base dupla, que consegue gerar mais velocidade sem ter um pico alto de pressão.

Re: 38+p++ e o novo decreto

Enviado: 27 Mai 2019, 10:27
por AgenteW
moliternoga escreveu:A questão antes não era a legislação. A legislação tratava calibre permitido que a munição comum não tivesse mais de 407 joules. Nada impedia que tivesse munições no.calibre que fossem além disso. O fator que leva a maioria dos fabricantes a não exceder muito isso é que deixam as munições dentro dos limites de pressão da norma SAAMI. Imagina se a CBC vendesse por exemplo uma munição muito forte e que excedesse o limite de pressão da norma SAAMI e alguém vai lá e usa uma munição dessa em um revólver. 38spl antigo ou não tão reforçado, ia acabar em catástrofe e a marca poderá ser responsabilizada. Os fabricantes de armas fazem as armas baseados nos limites de pressão da norma SAAMI, geralmente tem uma tolerância aproximada de 20% acima da norma para o calibre, justamente por segurança. Desse modo, os fabricantes de munição também fazem as munições para não exceder os limites do calibre, assim, sempre tem uma pequena margem de segurança para o usuário. Lembrando que pressão não está diretamente ligado com energia/velocidade do projétil, mas tem relação. Da pra fazer munição quente sem exceder a pressão nominal do calibre porém geralmente usam pólvora específica, muitas vezes de base dupla, que consegue gerar mais velocidade sem ter um pico alto de pressão.
Excelente explicação! Só no entendo esses critérios da norma SAAMI, porque o calibre 357 não excede o limite?

Re: 38+p++ e o novo decreto

Enviado: 27 Mai 2019, 12:11
por Mag44
A referência é a munição standard ;)

Re: 38+p++ e o novo decreto

Enviado: 27 Mai 2019, 13:38
por moliternoga
AgenteW escreveu:
moliternoga escreveu:A questão antes não era a legislação. A legislação tratava calibre permitido que a munição comum não tivesse mais de 407 joules. Nada impedia que tivesse munições no.calibre que fossem além disso. O fator que leva a maioria dos fabricantes a não exceder muito isso é que deixam as munições dentro dos limites de pressão da norma SAAMI. Imagina se a CBC vendesse por exemplo uma munição muito forte e que excedesse o limite de pressão da norma SAAMI e alguém vai lá e usa uma munição dessa em um revólver. 38spl antigo ou não tão reforçado, ia acabar em catástrofe e a marca poderá ser responsabilizada. Os fabricantes de armas fazem as armas baseados nos limites de pressão da norma SAAMI, geralmente tem uma tolerância aproximada de 20% acima da norma para o calibre, justamente por segurança. Desse modo, os fabricantes de munição também fazem as munições para não exceder os limites do calibre, assim, sempre tem uma pequena margem de segurança para o usuário. Lembrando que pressão não está diretamente ligado com energia/velocidade do projétil, mas tem relação. Da pra fazer munição quente sem exceder a pressão nominal do calibre porém geralmente usam pólvora específica, muitas vezes de base dupla, que consegue gerar mais velocidade sem ter um pico alto de pressão.
Excelente explicação! Só no entendo esses critérios da norma SAAMI, porque o calibre 357 não excede o limite?
Cada calibre tem um limite de pressão. O .38spl se não me engano é 18.200 psi. O 9mm é 35.000psi. O .45acp está na casa dos 21.000. O .357mag fica nos 35.000psi. Calibres que tem +p "regulamentado" pela SAAMI (.38SPL, 9mm, .38 super auto e .45acp) também tem limite de pressão padronizado.
A pressão do calibre tem ligação com o tipo de pólvora (pólvora de quima rápida tende a dar um pico de pressão mais alto), peso do projétil (quanto mais pesado o projétil, mais tempo ele demora para percorrer o cano e a "explosão" tem menor volume, o que aumenta a pressão e capacidade volumétrica do estojo influi muito também.

Re: 38+p++ e o novo decreto

Enviado: 27 Mai 2019, 13:47
por moliternoga
Segue um link com tabela das pressões nominais dos calibres.
http://www.lasc.us/SAAMIMaxPressure.htm

Re: 38+p++ e o novo decreto

Enviado: 13 Out 2021, 13:01
por flavio380